Afinal o mercado está ou não a cair?
De acordo com o estudo partilhado pela Confidencial Imobiliário, o ano de 2020 encerrou com cerca de 161.500 casas vendidas em Portugal (Continental). Tal atividade ficou 8% abaixo dos 175.300 fogos transacionados no país em 2019. A quebra de atividade reflete sobretudo o impacto inicial da pandemia, com o 2º trimestre do ano a registar a menor atividade, com cerca de 32.500 fogos transacionados, numa queda de 21% face às 41.600 unidades vendidas no 1º trimestre.
No entanto o mercado reativou no 3º trimestre, registando perto de 44.000 unidades transacionadas, atividade que se manteve no 4º trimestre, com vendas estimadas de 43.350 fogos.
Quer Lisboa quer o Porto observaram quebras nas vendas mais acentuadas do que agregado nacional. As estimativas apontavam para 11.600 casas transacionadas em Lisboa, atividade que reflete uma quebra de 18% relativamente às 14.150 casas vendidas em 2019. No Porto, a atividade terá somado 5.200 casas vendidas, ficando 27% abaixo dos 7.150 fogos transacionados em 2019.
Os dados resultam de uma estimativa realizada pela Confidencial Imobiliário com base na informação reportada ao SIR-Sistema de Informação Residencial.
Apesar da expectativa da maioria dos investidores, a verdade é que a COVID-19 não trouxe uma quebra significativa no sector imobiliário, mas sim uma desaceleração e consequentemente uma normalização dos preços, sendo que, tal como se pode verificar no estudo abaixo, em termos homólogos assistimos a uma desaceleração, sendo que em apenas 2 momentos é que se existiram quebras.
O preço de venda das casas em Portugal Continental subiu 0,6% em janeiro face ao mês anterior, sustentando o registo de estabilidade predominante desde início da pandemia. Quase um ano após o despoletar da Covid-19, o mercado residencial tem exibido valorizações mensais contidas que não vão além de 1,0%, entrando em terreno negativo apenas por dois momentos.
Tal aconteceu em julho e em setembro, com contrações mensais de 0,2% e 2,1%, respetivamente.
Não obstante, e em reflexo da estabilização dos preços na variação em cadeia, a valorização homóloga tem vindo a perder ritmo, algo que voltou a verificar-se em janeiro, quando este indicador atingiu 4,1%. A variação homóloga agora registada fica mais de 13 pontos percentuais abaixo da observada em janeiro de 2020.
Em janeiro de 2021 (considerando um período acumulado de 3 meses), o preço médio de venda da habitação em Portugal Continental fixou-se em 1.615 €/m2, de acordo com os dados do SIR-Sistema de Informação Residencial. Neste período, o tempo médio de venda das casas no país situava-se em 6 meses.
Os dados são apurados no âmbito do Índice de Preços Residenciais, o qual acompanha a evolução dos preços de transação de habitação, sendo apurado a partir dos dados reportados ao SIR-Sistema de Informação Residencial desde 2007.
in Confidencial Imobiliário